6 de jun. de 2006
Deslumbramento
Neste texto, falo sobre mim, mas para falar de uma outra coisa.
Não é sobre um estado de espírito saltitante... Apesar de que... “olhos formosos”, é como me sinto, na pausa que me concedi, e terminei por para enxergar algo da realidade feita de espuma.
Faz apenas dois dias, um domingo comum. Céu aberto e nuvens se misturavam, o vento passando entre eles.
Há muito tempo não me sentia assim. Caminhando em direção ao mar. Isto diz tudo, mas preciso continuar: Só quero falar do meu deslumbramento ao ver o mar, que não é bem mar, mas lagoa. E se eu conseguir, falo também sobre o tempo, em como ele desaparece às vezes, à nossa frente. Dessa vez percebi isso. É como bater as asas.
Um domingo como não tenho há muito tempo. Esperando alguém para o almoço, resolvi atravessar a pista e pôr os pés, devidamente calçados, na areia. O vento arrastava meus pensamentos fragmentados. Finalmente parei por um minuto, e o silêncio me tocou. Andei na areia, cada vez mais próximo da água.
Para você que pensa que todas as praias são iguais, ou para você que não pensa nisso, dedico estas palavras, pois sou como você, e também não sou, e quem sabe, talvez, mas o essencial é que agora não sou nenhum desses ou dessas, apenas observo a água, a praia, e deixo a brisa me sentir. E é bom, bom mesmo.
Para quem gosta da ligação com o mar, para quem gosta de ócio, para, enfim, todos entornando de boa vontade com estas palavras, tenho um segredo:
-Eu vi a lagoa mudar de cor. De um tom verde saído de livros úmidos para um dourado de vitamina C. Não me diga que não existe, que é ilusão de ótica causada pelo encobrimento da luz do sol por uma nuvem. Eu não ligo para isso. Deixe-me com as ilusões, nem sempre um cientista pode nos dizer o que pensar. Eu vi a água mudar de cor, e ela sabe disso. Até o cientista se esqueceu de sua teoria quando estava com os pés na areia vendo o milagre acontecer.
Tudo tem um momento para acontecer. Disse um escritor nacional best-seller que também é conhecido como mago, em um de seus livros, que, se algo está destinado a ser seu, ou se você está destinado a algo, o próprio universo conspirará a seu favor. É só uma frase, mas é bonita. Não sei porque pensei nela agora, mas ainda na praia, subi numa manilha instalada de cara para a lagoa, semi-enterrada, e vi a imensidão do mar.
Sim, estou confundindo vocês, pois falo de mar, enquanto a Lagoa de Araruama é, digamos, uma lagoa. Mas para mim, é um mar. Ao menos, é grande como. Ou parece, o que dá no mesmo. Tudo depende da perspectiva.
Mas eu estava dizendo que subi na manilha. Certo. Ao meu lado, na água, uma folha seca brigava com as marolas que viam, uma a uma, sempre e sempre. A folha queria ir para o mar, mas a lagoa não deixava. A lagoa sabia que a folhinha não pertencia àquele reino, e sim ao da terra. Era uma luta inglória, injusta, porém, mesmo depois de sair dali, vi que a folha persistia. Penso se isso não seria o mais importante. A folha tenta navegar, e sem se dar conta, força os alicerces dos paradigmas.
Hora do almoço. Atravessei a pista, voltei ao restaurante. E inacreditavelmente, o tempo não havia passado. A leveza de ter asas fez isso comigo, ou talvez seja apenas um exagero. Não importa. Olhos formosos, é como fiquei. Afinal, é tudo questão de perspectiva.
Não é sobre um estado de espírito saltitante... Apesar de que... “olhos formosos”, é como me sinto, na pausa que me concedi, e terminei por para enxergar algo da realidade feita de espuma.
Faz apenas dois dias, um domingo comum. Céu aberto e nuvens se misturavam, o vento passando entre eles.
Há muito tempo não me sentia assim. Caminhando em direção ao mar. Isto diz tudo, mas preciso continuar: Só quero falar do meu deslumbramento ao ver o mar, que não é bem mar, mas lagoa. E se eu conseguir, falo também sobre o tempo, em como ele desaparece às vezes, à nossa frente. Dessa vez percebi isso. É como bater as asas.
Um domingo como não tenho há muito tempo. Esperando alguém para o almoço, resolvi atravessar a pista e pôr os pés, devidamente calçados, na areia. O vento arrastava meus pensamentos fragmentados. Finalmente parei por um minuto, e o silêncio me tocou. Andei na areia, cada vez mais próximo da água.
Para você que pensa que todas as praias são iguais, ou para você que não pensa nisso, dedico estas palavras, pois sou como você, e também não sou, e quem sabe, talvez, mas o essencial é que agora não sou nenhum desses ou dessas, apenas observo a água, a praia, e deixo a brisa me sentir. E é bom, bom mesmo.
Para quem gosta da ligação com o mar, para quem gosta de ócio, para, enfim, todos entornando de boa vontade com estas palavras, tenho um segredo:
-Eu vi a lagoa mudar de cor. De um tom verde saído de livros úmidos para um dourado de vitamina C. Não me diga que não existe, que é ilusão de ótica causada pelo encobrimento da luz do sol por uma nuvem. Eu não ligo para isso. Deixe-me com as ilusões, nem sempre um cientista pode nos dizer o que pensar. Eu vi a água mudar de cor, e ela sabe disso. Até o cientista se esqueceu de sua teoria quando estava com os pés na areia vendo o milagre acontecer.
Tudo tem um momento para acontecer. Disse um escritor nacional best-seller que também é conhecido como mago, em um de seus livros, que, se algo está destinado a ser seu, ou se você está destinado a algo, o próprio universo conspirará a seu favor. É só uma frase, mas é bonita. Não sei porque pensei nela agora, mas ainda na praia, subi numa manilha instalada de cara para a lagoa, semi-enterrada, e vi a imensidão do mar.
Sim, estou confundindo vocês, pois falo de mar, enquanto a Lagoa de Araruama é, digamos, uma lagoa. Mas para mim, é um mar. Ao menos, é grande como. Ou parece, o que dá no mesmo. Tudo depende da perspectiva.
Mas eu estava dizendo que subi na manilha. Certo. Ao meu lado, na água, uma folha seca brigava com as marolas que viam, uma a uma, sempre e sempre. A folha queria ir para o mar, mas a lagoa não deixava. A lagoa sabia que a folhinha não pertencia àquele reino, e sim ao da terra. Era uma luta inglória, injusta, porém, mesmo depois de sair dali, vi que a folha persistia. Penso se isso não seria o mais importante. A folha tenta navegar, e sem se dar conta, força os alicerces dos paradigmas.
Hora do almoço. Atravessei a pista, voltei ao restaurante. E inacreditavelmente, o tempo não havia passado. A leveza de ter asas fez isso comigo, ou talvez seja apenas um exagero. Não importa. Olhos formosos, é como fiquei. Afinal, é tudo questão de perspectiva.
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PS: Uma perguntinha pra vocês: Gostariam que ao fim de cada post eu anunciasse o tema do post da terça seguinte? Ou preferem surpresas?
--Abraço pra todos!