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11 de nov. de 2009

 

Livro ruim


Há encontros e encontros. Um dos que mais aprecio é quando tropeço com um livro ruim.


Não blasfemo contra a boa literatura, não me revelarei incendiário de livros. Não sou nazista, integralista ou totalitarista. Sou contra fogueiras santas, e livros como os de Saramago, Joyce, Jorge Amado, Lobato, etc, sagrados são.


Mas quando encontro um livro ruim, me regozijo. Mesmo.


Não faço coro com os que desprezam Nelson Rodrigues, Alexandre Dumas, Emily Brontë, Elmore Leonard. Literatura de mistério, policial, noir, de bolso e pulp é a base da cultura pop.


Os livros ruins que encontro, ora bolas, são para mim. Podem ser ruins para mais alguns, mas sempre, tão somente, para mim. Ou seja, me repetindo, ao contrário: Não são para mim.


São livros de economia avançada, culinária séria, programas de informática, auto-ajuda. Quando os vejo, sinto uma crescente alegria, como se fosse rir de alívio.


Olho para suas capas bonitas e lastimáveis, e percebo a sorte que tenho de não precisar lê-los, e fecho os olhos no exercício de imaginar-me dedicando o mesmo tempo na leitura de outras obras, muito mais saborosas, recheadas de existencialismo pixote, de candura retraída, de aventura romântica, ou mistério insolúvel.


Livros ruins me libertam.

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