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22 de mai. de 2007

 


1 de mai. de 2007

 

2 fine young cannibals on the moon


Luz alguma pode rasgar o véu da noite por inteiro, e nossas lâmpadas nada mais são para ela que lanternas dos afogados às quais nos agarramos quando ninguém nos ouve. Tampouco festividade alguma detém o poder de calar o silêncio da noite a ponto de não ouvi-lo distante dali.

Ainda assim, certas canções nos tocam fundo, numa dimensão insana, capaz de iluminar o soturno véu, capaz de evaporar o silêncio, e congelar aquele momento num sonho de cristal.

A canção chamava-se Suspicious Minds, escrita por Mark James, gravada e eternizada por Elvis, mas interpretada de forma mágica pelos Fine Young Cannibals. Naquele momento, o vocalista, Roland Gift, em meu sonho de cristal, flutuou fora do tempo e espaço, e no preto e branco do clipe acenou para as estrelas com sua interpretação sobrenatural.

Pude sentir as notas da música deslizando pelo meu corpo, o trompete soprando meu rosto, a voz vibrando em ondas e propagando por entre meus olhos até os confins do infinito.

Amor, eu estava deitado em sua cama, com o controle remoto na mão, dedos prontos para desligar a tevê e dormir, quando tudo se deu. A noite, como a conhecemos, deixou de ser naquele momento, e tive areia assoprada em meus olhos.

E a lua soube hoje, sabe todos os dias o que estou querendo dizer. Ela me encara nos olhos e deve calcular em anos-luz a felicidade que sinto. O que estou dizendo é mais que falar sobre a possibilidade da noite se iluminar, ou da canção brilhar entre meus olhos: Estou dizendo que tudo isso é o bem que me trazes, a vida que fica completa contigo ao meu lado.

Uma música me tocar é a simples conseqüência de estar contigo, dormindo, acordando, pensando em você, olhando pra ti. São trilhas sonoras que surgem de um estalo. Amo você, Mel.

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Sinta: http://www.youtube.com/watch?v=TsMH0Ig6l0U

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