27 de nov. de 2007
Razão e Sensibilidade
Nestes dias em que cordiais agradecimentos por serviços prestados com dedicação e lealdade são substituídos por cinismo e rancor agravados pelo veneno etílico, eu me debruço sobre as grades da sacada, e pela primeira vez descerra-me sobre o rosto não um tapa, mas o primeiro ar de dezembro.
Digo isso mais esperançoso que romântico, pois é meu sincero desejo que tudo vá bem nas entradas de fim de ano, de forma que se mantenha estável até as saídas, e que os 365 se encerrem dignamente, apesar de marcado como pleno de calmarias antecedentes de tempestades abruptas em todos os campos de atividade.
O afastamento compulsório das palavras doces e afáveis me coroaram com uma pena quase digna de um atormentado e formal lorde inglês, assim posto simplesmente por faltar-me a qualidade literária e um motivo mais nobre para a ansiedades e tremores, como bem era aquele momento histórico, aquele clima e o odor brotado das ruas.
Mas qual um moderno e cretino escritor prolixo, não é a ininteligível escrita que corrompe a vontade de escrever, mas tão somente a facilidade de transmissão de idéias em nossa fugaz realidade conectada que me impele a repartir convosco a noção do que representa a primeira brisa com o sabor do inverno do ano.
Você entende quando peço que ilustre sua mente com a mão quente e macia de sua mãe descendo pelo seu rosto? É essa a primeira sensação que lhe convido a experimentar. O primeiro ar de dezembro é apenas o primeiro gole de cerca de um mês sugando no seio de sua mãe novamente, só para ficarmos no exemplo materno.
Poderia sussurrar que o primeiro ar é como a taça de vinho inaugural, quando uma adega inteira está abrindo as portas ao seu consumo. Você aprecia o vinho, aliás, mesmo que não beba, ele bebe você, e sem o menor esforço o embriaga tão fortemente que sente-se esvaziando barris que sempre estarão cheios. Sua felicidade é aparente, e, vóila, você está embebido de espírito de Natal, niilismo reverso, esperança galopante, chame do que quiser, a sensação é sua. Sua, até que o invejoso ano recém-nascido (como, aliás, toda criança) a dissipe.
Portanto, amigo, aproveite. Muçulmano, mórmom, cristão, consumista, seja lá quem for, não importa: Todos podem respirar. Feche os olhos e respire o primeiro ar de dezembro. Boas festas.
Digo isso mais esperançoso que romântico, pois é meu sincero desejo que tudo vá bem nas entradas de fim de ano, de forma que se mantenha estável até as saídas, e que os 365 se encerrem dignamente, apesar de marcado como pleno de calmarias antecedentes de tempestades abruptas em todos os campos de atividade.
O afastamento compulsório das palavras doces e afáveis me coroaram com uma pena quase digna de um atormentado e formal lorde inglês, assim posto simplesmente por faltar-me a qualidade literária e um motivo mais nobre para a ansiedades e tremores, como bem era aquele momento histórico, aquele clima e o odor brotado das ruas.
Mas qual um moderno e cretino escritor prolixo, não é a ininteligível escrita que corrompe a vontade de escrever, mas tão somente a facilidade de transmissão de idéias em nossa fugaz realidade conectada que me impele a repartir convosco a noção do que representa a primeira brisa com o sabor do inverno do ano.
Você entende quando peço que ilustre sua mente com a mão quente e macia de sua mãe descendo pelo seu rosto? É essa a primeira sensação que lhe convido a experimentar. O primeiro ar de dezembro é apenas o primeiro gole de cerca de um mês sugando no seio de sua mãe novamente, só para ficarmos no exemplo materno.
Poderia sussurrar que o primeiro ar é como a taça de vinho inaugural, quando uma adega inteira está abrindo as portas ao seu consumo. Você aprecia o vinho, aliás, mesmo que não beba, ele bebe você, e sem o menor esforço o embriaga tão fortemente que sente-se esvaziando barris que sempre estarão cheios. Sua felicidade é aparente, e, vóila, você está embebido de espírito de Natal, niilismo reverso, esperança galopante, chame do que quiser, a sensação é sua. Sua, até que o invejoso ano recém-nascido (como, aliás, toda criança) a dissipe.
Portanto, amigo, aproveite. Muçulmano, mórmom, cristão, consumista, seja lá quem for, não importa: Todos podem respirar. Feche os olhos e respire o primeiro ar de dezembro. Boas festas.