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27 de fev. de 2007

 

100


E agora, José?
Que o carnaval acabou
Que o ano começou
Que o blog completou...
100 postagens?
Bem, que as estrelas decidam o que fazer
E lá do alto gritem alto
Tão alto quanto possa ouvir de baixo
Se o destino é continuar ou escrever
E agora, José?
Assim como eu,
Sobre você eu já sei
Agora me digam vocês.

13 de fev. de 2007

 

Abre-alas, Fotolog!

Entre amigos, é natural um ficar ao lado do outro, oferecendo uma palavra amiga quando se está muito feliz, ou de alento quando se está com o coração apertado, ou precisando de carinho e atenção.

E atualmente, sentir-se assim é bastante comum. E não é euforia, transtorno bipolar, melancolia, mania ou mesmo T.O.C. (transtorno obssessivo-compulsivo).

Pode ser apenas o hábito de manter fotologs pessoais.

Haja coração, como diria Galvão Bueno. Diariamente abrimos nossos álbuns, dividimos com o mundo nossos momentos, para sempre registrados. Postamos nossas vidas.

E vida não é brincadeira. Eu dou valor à minha, você faz o mesmo com a sua. Exibindo nossa trajetória pela internet, descobrimos quem se afeiçoa a ela, quem compartilha conosco idéias, sonhos, histórias ou mesmo imagens. Imagens?

Sim, imagens. Muitos de nós estão nessa de flogs pelo barato de mostrar a cara, de provocar a imaginação, tornar-se populares, ou simplesmente fazer inveja a outrem – é preciso admitir!

Outros estão nessa para... para... bem, estão nessa de forma tão natural, e isso se tornou algo tão enraizado no nosso dia-a-dia, que explicar o porquê de ter um “diário virtual ilustrado” soa tão absurdo quanto mostrar seu velho álbum de fotografias e alguém querer saber porque você andou tirando e guardando fotos de si mesmo e dos outros.

A maioria, portanto, segue vivendo, digo: acordam, escovam os dentes, tomam banho, comem, estudam, trabalham, assistem tevê, navegam na internet, fazem academia, e etc. E nos intervalos de tudo isso acompanham seus flogs.

E para muitos, são esses intervalos são os momentos mais tensos do dia. É quando ficamos com o coração apertado, sentimento de abandono, necessidade de carinho e atenção...

Nessa hora (que quiçá dura o dia todo ou todos os dias) vamos e voltamos, olhamos de rabo de olho para o micro, e repetidamente conferimos se entrou um novo comentário. Ah, felizes aqueles que bloqueiam essa ferramenta... Felizes e livres.

De todo modo, damos aquele tapinha online nas costas dos amigos, quando comentamos em seu flog. Não importa que seja aquele festival de ois e tchaus, emoticons batidos, ou o velho “adorei a foto”. Tudo conforta, tudo é bem-vindo.

E é esse o espírito dos flogs: contar histórias, a sua, a nossa, a própria história de quem quer que fotografe, e compartilhar com o planeta o resultado. Com os flogs, a fotografia passou a ser uma atividade ainda mais difundida, pois a produção escoa mais fácil, e com as máquinas digitais, todos podem brincar à vontade.

Eu adoro brincar com fotos, ainda sou um amador, no sentido literal da palavra. Não tenho um flog pessoal agora, o que não significa que não terei um dia, mas de vez em quando esse blog e o recém-criado flog do Noções servem para colocar algumas fotos de olhares meus.

Alguns olhares me chamam a atenção, e me fazem refletir. Algumas vezes penso em absurdos, outras vezes em melodias, outras tantas em historinhas.

Quando calho de escrever o que penso sobre uma foto, sempre acabava postando aqui com o subtítulo de “Fotolog”. Como agora há o flog do Noções, farei diferente:

Semana que vem postarei uma foto e sua devida reflexão aqui, enquanto que no flog do Noções outra foto com outro comentário serão postados na mesma terça. Será uma espécie de “conversa” entre sites, ou um convite à arte.

Sintam-se à vontade para comentar as imagens então, e para refletir sobre elas. Dizem que as imagens valem mais que mil palavras. Que tal invertermos isso?

Aquele abraço.

-Rodrigo Sava-
Flog do Noções: http://www.fotolog.com/nocoesurbanas

6 de fev. de 2007

 

Maratona Odeon - Madrugadas Mágicas 2


Era o tipo que buscava, como um tesouro inalcançável, ficar acordado da hora de dormir até o dia seguinte. Não sem motivo, pois desbravar o silêncio hermético da noite significava para mim, aos oito anos, não fechar os olhos até o Corujão ou Sessão de Gala.

E na última sexta, lá estava eu, já adulto, pronto para a aventura de imergir em outra noite de longas-metragens. Desta vez não em casa, mas num cinema do Centro do Rio. Dos jovens e maduros presentes, de relance reconheci neles, os que como eu um dia, armados de lanterninhas sob os cobertores, e televisão no primeiro volume, enfrentariam incansáveis várias horas intermináveis de uma noite infante para vencer (e assistir) um filme.

Assim como naquelas madrugadas distantes, os filmes noturnos representavam para todos ali algo especial, pérolas que não eram exibidas à luz do dia. E assim, às 23:20h, meu anjinho e eu nos aconchegamos num Odeon lotado, cujas cadeiras avolumavam-se com a fauna diversificada das etnias pop da cidade, que viriam a formar uma massa uniforme de risadas quando o filme principal levantasse vôo na tela.

E esse filme era Borat, uma espécie de pegadinha levada às últimas conseqüências, com muito bizarro e nonsense, e uma inteligência disfarçada de rudeza para falar de temas como preconceito étnico, sexo, violência, aparências e principalmente a face arruinada do América, ou como diria o protagonista, que se traveste de repórter do Casaquistão: “US and A”.

A mecânica da maratona consiste numa pré-estréia, seguida de um filme surpresa e um filme mais antigo no fim. Nos intervalos das sessões, praticamente meia-hora ou mais de discotecagem no simpático segundo piso do cinema, na área em torno das sacadas. Quando raia o dia, ainda é oferecido café com bolo aos insones e “recém-despertos”.

Ao acordarmos com um leve e intermitente torcicolo e tendo à frente os créditos de “Cecil Bem Demente” passando, não tivemos certeza se havíamos sonhado com as belas canções do filme surpresa da noite “Dreamgirls”, ou se eram as vozes dos seguranças gritando para todos se levantarem que nos davam tal impressão. Mas de uma coisa não duvidávamos... éramos “recém-despertos”.

Realmente a maratona lembra as madrugadas que quando crianças tentávamos virar. Porém, diferentemente da infância, não pude contar com minha caminha quente me esperando depois. Saindo dali, tínhamos compromisso bem cedinho a cumprir. Bem... temos uns minutinhos de sono no ônibus. Me acorde no ponto final.

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