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9 de jul. de 2007

 

Entremeios

É uma palavra estranha: Entremeios.
Mas chega um momento em que você se dá conta de tudo o que houve. Sabe, clareia. Tudo passa a fazer sentido. Graças aos entremeios.
Quando estamos nos entremeios, porém, o sentido é como fumaça, impossível de guardar.
Há um antes, há um depois. O meio é aquele que fica deslocado. O terceiro. Aquele que se intromete. Não tem a força do início, nem a cerimônia do final. Está lá, não por acaso, mas sempre menosprezado, por sua própria natureza.
Ou será que não? Pense num casal de namorados, e um deles possui um irmão. Sendo o irmão o meio (não confundir com irmão do meio), não importa o que aconteça, ele estará sempre deslocado, vela que é.
Esse é um blog de família, não levantem a hipótese de menáge...
Enfim, entremeios. Já disse alguém, e muito bem dito, que toda boa história tem um fim. Pode nem ter um começo, mas a da qual eu falo teve. Um promissor. Estou falando de Sandman. O 'alguém' é o escritor de Sandman, Neil Gaiman. E o entremeio a que me refiro é Sandman nº 74, que acabei de ler.
Num conto poético e aparentemente inofensivo sobre um ancião asiático, conselheiro de imperadores, que é enviado em exílio por causa do crime de seu filho, temos um momento de meditação, a uma edição do fim da série de Sandman. Esse momento ocorre logo após Sandman falecer(isto eu sei, apesar de não ter lido ainda tudo o que veio antes), mas se passa antes dos eventos que levariam o Mestre dos Sonhos à morte.
Numa breve conversa com o ancião, Sandman parece guarnecer-se de um conselho que definirá seu destino. Ao menos o destino do ser que ocupa a função de Tecelão dos Sonhos naquele momento, este também o entremeio de outra história (são histórias dentro de histórias).
Estive pensando sobre entremeios, portanto. Sobre histórias e como elas passam por nós como vento, e como grãos de areia são levadas a outros olhos e ouvidos. As histórias são todos esses fins, começos e entremeios. Elas navegam e voam e se transformam.
Como no dizer do ancião: ..." e nada realmente se perde".

Comments:
Mr. Sandman... bring me a dream...

Adoooro seus posts!

Entremeios... eis um tópico interessante!

Beijos
 
Oi Mayte! Seja bem-vinda ^^ Obrigado pelo elogio, viu ;) Ah, Sandman, Sandman...
Rsrs, beijos
 
A visão que obtive desses entremeios é de uma imensa rede de fios.
Rodadeando todo um espaço infinito.
Nada tem início nem fim exato, ir atrás de um início é não achar um fim , e em toda batida do coração se encontra um nó que segue para outro início ou fim, que só levará à outro ponto. Assim se segue, sem início sem fim, tudo é apenas meio de um outro meio. Tudo entremeio.
 
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