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22 de fev. de 2012

 

Rebobine, por favor

Rebobinar é uma palavra. Um verbo em desuso. Representava o ato de fazer a fita voltar, através da tecla REW (ou apenas <<) do vídeo-cassete, e evitava que pagássemos multas ao devolver o filme na locadora (um tipo de mercancia também em desuso no mundo real).

Rebobinar talvez não seja a palavra exata, mas é bonita e retrô. Acho que pega o espírito da coisa: Voltar ao ponto de partida. Recomeçar este blog. Reler a imagética e o design, repensar os textos, remixar as idéias.

Acesse hemix.blogspot.com e experimente ;)

25 de jul. de 2010

 

Atualizando com ela

À minha volta, a mais bela das criaturas flana, e eu apenas escrevo, sorrindo e errando as letras num teclado cheio de bichos e cores que berram e urram embaralhando a leitura.

Ela guarda artigos num armário trancado por uma simpática flor e diz para eu não me preocupar, porque ela está do meu lado.

É a pura verdade. Eu não me preocupo. Eu sigo teclando, e todos os tempos unem-se num só momento. O passado, o futuro, linha única corrente pra trás e pra frente do espaço-tempo nunca-continuum.

É uma experiência. Algo tal como gosto. Nada original talvez, mas faz cócegas na caixola quando respiro. E respiro muito durante o dia. Agora, porém, é noite, e faz tempo que não passo aqui. Seria bom encher de palavras esta nave à deriva, como um rio que precisa de água para os peixes nadarem.

Palavras são segundos enfileirados, símbolos de paisagens que surgem das lembranças que temos delas mesmas. Me despeço das palavras por enquanto, sumo num abraço, e parto num salto de olhos vendados para um sonho.

23 de fev. de 2010

 

AA X


Às vezes penso em iniciar uma nova história. Que fale de coisas, de pessoas, de pessoas que pertencem a coisas. De fundos de bolsos e o vazio existencial em que vivem. Dos mundos e fundos prometidos por amantes abandonados. Dos retalhos e remendos de uma vida fragmentada, da pesada imobilidade de uma caminhada de largas passadas.

Às vezes gostaria de falar de assuntos amenos, que encerrassem em si mesmos seus próprios preconceitos. Que se alijassem de um sentido maior, que não falassem pelos cotovelos.

Quem me dera às vezes querer
um barco de papel que não fosse seu próprio Titanic. Uma ideologia não contivesse seu próprio deslize. E um silêncio que não fosse ele mesmo um irrecusável convite.


Às vezes.
E de novo. Pela primeira vez.


22 de dez. de 2009

 

As 5 maiores musas pop de todos os tempos da última semana!

Quando o companheiro The Batman, amigo escriba do http://catapop.blogspot.com/ , me convocou para eleger numa lista, 5 moçoilas importantes para o universo nerd (também conhecido como cultura pop, eu acho), confesso que arregalei os olhos, e gelei: Jamais participei dessas correntes, nem mesmo tinha sido "amaldiçoado" naquelas brincadeiras do fotolog, nas quais éramos forçados pelos nossos "amigos" a responder perguntas pessoais ou coisa que o valha. Mas, recuperado do baque, posso afirmar que comecei a curtir a idéia de realizar uma lista como essa, inclusive pelo fato de ter gostado pacas de ler a lista do Catapop e um artigo do Luwig http://pulseluwig.blogspot.com/ . Bom, como sempre, o maior impeditivo para redigir era o tempo. Continua sendo, mas cá estou a escrever exatamente à uma da manhã de 21 para 22 de dezembro. Vamos lá, sem muito pensar:


Da TV:

A primeira mocinha que me veio à cabeça foi a Aline, a jovem devoradora de homens das tirinhas de Adão Iturrusgarai. Vez ou outra li as tiras, e a encarava como uma doidinha tarada, mas decidida e impulsiva. Recentemente, a Rede Globo emplacou um seriado baseado na personagem, onde a Aline, acompanhada de seus dois 'namoridos', é vivida pela Maria Flor, uma atriz-mignon-quase-ninfa-de-boca-grande.

Como todo fã (mesmo que a rigor eu não fosse exatamente um fanboy dela), fui xiita com as diferenças em relação aos quadrinhos, principalmente o desinteresse pelo sexo que a mocinha desenvolveu, inversamente proporcional ao interesse dela por... moda.

Porém, episódio após episódio percebi que ali nascia um quase-clássico, uma obra adaptada com ótimo texto, com meticulosa direção de arte, ritmo, boas interpretações, e que possuía um triângulo amoroso digno de obras como Dona Flor e Seus Dois Maridos e Armação Ilimitada!

E o que torna Aline, a do seriado, uma musa para nós, é o fato de que ela é duplamente, loucamente e igualmente apaixonada por dois losers, confusos, sensíveis e... nerds!


Da Música:

Da Bahia temos visto estourar todo tipo de cantoras: Daniela Mercury, que nos anos da 90 dizia ser o canto daquela cidade (acho que falava de Salvador...). Ivete Sangalo, que com seu sucesso colocou seu nome feioso na boca dos brasileiros, e Cláudia Leitte, que tem voz grossa e potente como Ivete e um filho recém-nascido como Ivete. As baianas são tão privilegiadas que até mesmo os bumbuns cantavam (vide Carla Perez nos anos 90).

Mas uma delas possui maior atitude. Enquanto a maioria se rende ao popular e morto-vivo axé music, Pitty se lança ao gueto do roquenrol na terra do rebolado. Ela é a musa dos rapazinhos que usam preto no calor baiano. Ela fala (e canta) pelos que sofrem por amor com estilo e pelos que estão dispostos a chutar o balde sem se preocupar com o que virá depois.


Na literatura:

Conheci muito mal Ana Paula Maia. Isto é, numa visita a seu site conheci apenas uma parte do que ela pode oferecer. A editora Record a conhece melhor que eu, e publicou seu primeiro livro "Entre rinhas de cachorro e porcos abatidos". Sou suspeito para falar, e assim, portanto, suspeito para indicá-la como musa aqui, mas o que posso fazer? Ela alcança uma crueldade preconceituosa e atrasadamente vista apenas em homens. Ela cria imagens de rara violência e poesia que só vemos praticamente nos filmes do Tarantino e nos quadrinhos do Warren Ellis e Mark Millar.

Ao invés de falar dela, acho que vou conhecê-la melhor: Ler seu livro.


No cinema:

Eu ainda não vi Garota de Rosa Shocking. Mas já vi Gatinhas e Gatões, e - graças a Deus consegui assistir numa bela madrugada - O Clube dos Cinco. E é por tudo que vi (e pela aura de mistério pelo que ainda não vi) que tenho Molly Ringwald como a musa nerd do cinema, mesmo após o fim dos anos 80, 90 (e talvez até que o mundo acabe em 2012).

A ruiva nunca precisou de um sorriso fácil, de pagar peitinho ou fazer escândalo para cair nas graças dos espectadores. Com sua cara e jeito de moça normal, Molly conquistou corações de marmanjos e quetais por sintonizar em nossas mentes a estação onde podíamos ouvir o canto de sereia da mulher possível, da mulher que estava próxima de cada um de nós, com defeitos e qualidades, que podia rir e ficar séria, relaxada ou concentrada, vivendo, enfim. Na foto, Molly posa na atualidade, com seus companheiros de Clube dos Cinco.


Nos quadrinhos:

Desde King Kong, inseriu-se em nosso insconsciente coletivo a possibilidade de uma mocinha atrair-se por uma besta. Vide a Bela e a Fera. Mas nunca houve uma 'mocinha' como Abigail Arcane.

A gata de cabelos pretos e mechas brancas, que lembravam os da noiva de Frankenstein, era a namorada de ninguém menos que o Monstro do Pântano. A bela esteve ao seu lado nos piores momentos, nas melhores histórias de todas as fases da revista. Em minha mente afetada pelo sono e pelo barulho do ventilador na madrugada quente, penso que o relacionamento de Abby com a criatura do pântano, confusa e bizarra, poderia ser uma metáfora para lovestories entre pessoas de mundos diferentes...

Bom, divagações à parte, Abby é uma mulher forte, livre e liberal, em plenos anos 80* uma mulher do século 21.

*A fase do Alan Moore foi nos anos 80.

11 de nov. de 2009

 

Livro ruim


Há encontros e encontros. Um dos que mais aprecio é quando tropeço com um livro ruim.


Não blasfemo contra a boa literatura, não me revelarei incendiário de livros. Não sou nazista, integralista ou totalitarista. Sou contra fogueiras santas, e livros como os de Saramago, Joyce, Jorge Amado, Lobato, etc, sagrados são.


Mas quando encontro um livro ruim, me regozijo. Mesmo.


Não faço coro com os que desprezam Nelson Rodrigues, Alexandre Dumas, Emily Brontë, Elmore Leonard. Literatura de mistério, policial, noir, de bolso e pulp é a base da cultura pop.


Os livros ruins que encontro, ora bolas, são para mim. Podem ser ruins para mais alguns, mas sempre, tão somente, para mim. Ou seja, me repetindo, ao contrário: Não são para mim.


São livros de economia avançada, culinária séria, programas de informática, auto-ajuda. Quando os vejo, sinto uma crescente alegria, como se fosse rir de alívio.


Olho para suas capas bonitas e lastimáveis, e percebo a sorte que tenho de não precisar lê-los, e fecho os olhos no exercício de imaginar-me dedicando o mesmo tempo na leitura de outras obras, muito mais saborosas, recheadas de existencialismo pixote, de candura retraída, de aventura romântica, ou mistério insolúvel.


Livros ruins me libertam.

18 de set. de 2009

 

Prezado leitor, Os Contos de Todos Nós na Bienal

O Coelho branco, um dos primeiros executivos estressados de que temos notícia, vivia como nós, de olho no relógio, vendo as horas escorrerem ágil e inescrupulosamente, tal a tela de Salvador Dali.

Mesmo no País das Maravilhas havia a pressa, o dever do prazo, a passagem inegociável do tempo.

Nas editoras, a todo momento aproximam-se e explodem os deadlines, os prazos para a entrega dos esboços, dos capítulos, dos livros inteiros.

Escritores mantém um dos olhos na folha em branco (ou tela em branco do word) e o outro nos personagens, nas situações, ou mesmo nos fatos, os que circulam na não-ficção. Alguns atingem a iluminação necessária para o terceiro olho, o qual usam para enxergar não só o relógio, como também o calendário, os resumos de vendas das editoras e outros indicativos financeiros.

Foi dito e talvez superado, que o ato de escrever demanda tempo. Dito fora que o fruto das palavras é de difícil cultivo, passa por entressafras, e demora a crescer. Mas ele, em algum momento, brota.

Porém, está além da pressa, da agilidade, do prazo e mesmo do tempo, um fenômeno (embora se repita) verificado em escritores: A inspiração.

É um fenômeno que transcende o ato de criar. Embora o texto literário só fique pronto após a edição e a revisão, a inspiração inicia o ato, ou o fecha. E também trabalha durante, entre suas linhas.

Graças a ela, pude ir contra a pressa, o prazo eo deadline de 13 de setembro de 2009. Atravessei a madrugada desse mesmo dia, e na Bienal do Livro pude entregar, no estande da Editora Hama, Prezado Leitor, o texto que integra o livro "Contos de Todos Nós", cujo lançamento será amanhã. Assim, convido você a conhecer os 20 contos vencedores dessa iniciativa da editora, de produzir e lançar um livro na mesma bienal. ;)


19 de ago. de 2009

 

Quase-Manifesto pela Ficção-Científica


O futuro jamais chega, mas virou tendência decretar a morte das visões ficcionais de futuro, sob o pretexto de que não há mais nada a ser criado ou imaginado que já não esteja previsto nas mirabolantes teorias quânticas e unitaristas.
'No future', lema dos Sex Pistols décadas atrás, parece ecoar novamente nos niilistas travestidos de realistas. Estes dizem agora que tudo é possível, mas não sabem o que esse 'tudo' será, obviamente. E sentam-se em suas cadeirinhas de balanço enquanto esperam a ciência seguir seu curso.
Mas a ciência é feita de ideias. E a Ficção-Científica pode ser um manancial para a ciência, pode criar desafios, objetivos para os cientistas.
Ou pode, simplesmente, ser escapismo, histórias cheias ou vazias de esperança. No homem, na ciência, no divino.
Como entusiasta dessa forma de ficção, enxergo um 'futuro' magnífico pela frente, onde, além de máquinas maravilhosas que viajam no tempo, no mar e no centro da Terra, haverão histórias em que os homens estarão dentro e fora dos limites do universo, do tempo, daquilo que separa eu de você, na linha tênue da individualidade, do existir, do significado de ser.
Autores marginais, há algum tempo, provocam tais limites, e, atualmente nos quadrinhos, autores como Warren Ellis e Grant Morrison espalham as sementes para a iluminação de questões éticas e práticas que permeiam tabus, como engenharia genética e dimensões paralelas.
Se o celular, o teletransporte, o avião e outras invenções, antes de implementadas, foram criadas na ficção pela mente de escritores, quais serão as ideias escritas hoje que se tornarão realidade nas próximas décadas e séculos?
Peguem seus lápis e teclados e decidam.

1 de jul. de 2009

 

Noções Urbanas em papel e tinta!


O tempo grita! Noções Urbanas precisa urgentemente comprar créditos de carbono, pois a partir de amanhã distribuiremos sua primeira edição impressa. Fruto de cansaço, noites insones e também sorrisos, acenos e afagos.

Em formato A6, (o mesmo da extinta revista independente Mosh!), impresso em cores na insuperável Deskjet 710C, e encadernação modestíssima, a publicação é mais uma experiência desses cientistas malucos que vos escreve.

Inicialmente, a distribuição será apenas na FLIP 2009 (Feira Literária Internacional de Paraty). Por conta própria! (Quem sabe ano que vem não me chamam para a Off-Flip? - aí terei justificativa para faltar o trabalho mais uma vez!)

Estão nos planos transformar a edição impressa em um pdf. E também de fazer outra edição de papel! Veremos o que sai de todo esse som e fúria.

Fiquem com a capa da edição (ainda não finalizada), na qual podem perceber uma estranha, vermelha e bucólica foto que tirei ano passado em Paraty abaixo da foto do topo do blog.

É isso. Agradeço a todos que nos leem. Voltem logo!
Nos vemos em Paraty ;)


14 de mai. de 2009

 

Fantasma da Ópera


Do alto, o suntuoso relógio ri da exatidão dos fatos: Ele indica a hora certa, ou seu tic-tac erra silenciosamente? As doze badaladas na Central do Brasil retratam o país do tapa na cara, que vira e oferece a face para mais um.

Abaixo, a cidade dorme e desperta, suja de meninos de rua com narinas nuas, tomada por foliões trôpegos e bêbados da melancolia de uma quarta-feira de cinzas que espera pelo carnaval do ano seguinte.

Em meio a nada disso, radinhos de pilha dos camelôs sobreviventes a césares e a choques de ordem arranham notas musicais distantes, e sua coreografia emula o significado da pátria que uma voz transformou em patropi.

Simonal, o pai, o cantor, descansa sob o concreto e bronze da estátua em sua homenagem, talvez em Copacabana. O metal, enferrujado, o concreto, descascado, a fuligem a escurecer-lhe a última pele que restou, e o som calado, abafado nas milhares de mentes que assoviam em sonhos suas famosas canções que jamais existiram.

No coração, o trotar dos cavalos levanta mais poeira que deveria, traz o passado dos anos que sumiram no apagar das luzes da História que não acaba.

A Cinelândia, marginal, herói, resiste num Odeon pós-hype. E na madrugada, o aplauso engolido, suspenso e engarrafado é devolvido, desentalado, defraldado, e encontra eco no som de uma voz flicts, fantasma de uma história de fantasmas. Na tela, novamente sua vez: ‘ Simonal – Ninguém sabe o duro que dei ’.

31 de mar. de 2009

 

Quem 'assiste' Watchmen?

Alan Moore arquitetou, nos roteiros de Watchmen, as características que ao longo dos anos seu público considerou como inadaptáveis para o cinema.

A extrema complexidade das relações entre os personagens, às vezes traduzidas apenas no gestual, as sutilezas das transformações sócio-culturais resultantes da existência de um ser super-poderoso entre os homens, a noção de tempo do Dr. Manhattan, a profundidade dos personagens, amparados em textos de apoio à Hq, refletindo publicações existentes no contexto da trama, dentre diversos outros aspectos que exigem mais de uma leitura, e que se apresentam plenos no formato de história em quadrinhos.

O que dizer então da adaptação para as telas da HQ, a qual Alan Moore, radicalmente contra, exigiu que não tivesse seu nome inserido dentre os créditos?

Eu, por exemplo, posso dizer que é: 1) Uma grande homenagem a Alan Moore; 2) Veículo para debate de algumas questões polêmicas, controvertidas e multifacetadas do quadrinho, de modo a reacendê-lo para as novas gerações; 3) Poderoso artigo de divulgação do quadrinho, de modo que, como uma revista em movimento, e valendo-se do estilo do cineasta, incentiva o espectador a conhecer a obra.

Tudo bem que, nas telas, Watchmen peque pela correria narrativa, pela atribuição de força quase sobre-humana aos vigilantes e pela supressão de inúmeras sub-tramas do original, que, contudo, obviamente seria impossível de se reproduzirem num único filme.

Porém, há no filme um enorme acerto: Se você leu e gostou da minissérie, apesar de, assim como eu, localizar as falhas, elas não atrapalharão em nada o espetáculo para os sentidos que você saboreará.

Sim, seus ouvidos se deleitarão em socos desferidos e vozes de heróis que possivelmente soarão familiares. E com a trilha sonora, tão boa quanto a de um filme do Tarantino, com clássicos nada óbvios dos 80, Sinatra e ainda a Cavalgada das Valquírias, de Wagner.

Seus olhos verão o mundo simetricamente anacrônico e niilista criado por Alan Moore e Dave Gibbons, verão as fantasias berrantes e profanas, verão as cores lúgubres de John Higgins a luz azul e o despudor do Dr. Manhattan.

E sua mente se deleitará. Atenta aos detalhes, ela verá mais que a ação violenta mostra. Ela verá os quadros e as fotos antigas, as luzes e objetos reproduzidos da minissérie, e principalmente, você pela primeira vez verá um filme de heróis refletindo sobre questões que transcendem o humano, na visão do Dr. Manhattan, e questões que são profundamente humanas, como a virilidade sexual de Dreiberg/Nite Owl e os traumas de Roscharch.

Um filme absolutamente para adultos, e infelizmente, creio que um pouco hermético para quem não leu a obra. Imagino que o espectador que não leu, com algum esforço, perceberá que, na trama do filme, houve uma cena de super-heroísmo por volta de 1940, e que na atualidade tal heroísmo se encontra proibido. E que o Dr. Manhattan garante a superioridade militar americana, mas não suprime o profundo estresse da Guerra Fria, que esquenta a cada minuto que passa. Assim como o espectador que não leu igualmente perceberá que a trama principal é o assassinato de um antigo vigilante que trabalha ou trabalhou para o governo. Um cara controverso, e mesmo mau, mas envolvido, pelo bem e pelo mal, na política do último século, assim como o Dr. Manhattan.

Embora, como eu disse, o maior mérito do filme seja a diversão que ele provoca ao dar vida a elementos que nos surpreenderam tanto na trama original, também não é nada mau a interpretação que os realizadores fazem de Watchmen. Aberta a leituras, a obra de Moore e Gibbons dá ensejo até hoje a reflexões filosóficas, sócio-políticas e mesmo comportamentais.

Após o filme, passei a ver de maneira nova aspectos da hq. Parece que a relação entre Ozymandias e Dr. Manhattan é a representação perfeita da relação entre o Super-Homem e Lex Luthor da fase bilionário industrial.

Assim como Luthor, Ozymandias é a pessoa mais inteligente de sua era, e anseia por conquista de impérios, seja financeiro ou outro qualquer. Ambos idealizam a própria imagem, e a chegada do Super-Homem/Dr. Manhattan representa para eles a maior de todas as ameaças.

Para Lex Luthor, a ameaça sempre foi do ponto de vista pessoal, pelo fato do kriptoniano, por seus poderes e função na sociedade, ser o único a estar um patamar acima dele.

Para Ozymandias, mais calcado na realidade, o Dr. Manhattan não era ameaça, e sim ao mundo. Assim, todas as opções que fez, como a construção do império financeiro, em cima de sua imagem de antigo vigilante, os estudo de táquions, etc, o fez para impedir os acontecimentos futuros decorrentes da simples presença do Dr. Manhattan na geopolítica, que obviamente sua inteligência superior previu.

Posição do filme que pôe em cheque hoje (como Alan Moore o fez décadas atrás), a possibilidade da existência de vigilantes mascarados e superpoderosos em nosso mundo sem alterá-lo profundamente.

Assim, mesmo sem superpoderes, pessoas obstinadas, insanas ou degeneradas a ponto de vestir um colante colorido para combater o crime modificariam nossa realidade, ainda que servisse apenas como inspiração à nosso sentimento de Justiça.

Nessa ótica, Rorschach e o Coruja dividem antagônicas visões de um mesmo ícone, o Batman. O Coruja, como o herói humano ao extremo, romântico, inteligente e inventivo. Rorschach, como o anti-herói humano ao extremo, pragmático, esperto e violento. Numa simplória divisão, Coruja seria a era de prata do Batman, com os aparatos, a ficção-científica e um certo glamour. E Rorschach, com o de Neal Adams, Denny O’Neill e Frank Miller (ainda que não tivesse feito Dark Knight antes de Watchmen), com os traumas, a selvageria, a crueza e a adoção da máscara como verdadeiro eu.

A certeza de que o Rorschach da minissérie se tratava, na verdade, do Batman, se deu no fim da sessão. Rorschach, que se recusava a calar-se diante do genocídio de milhões de pessoas é o mesmo herói que, na saga do universo da editora DC Comics, chamada Crise de Identidade, sofreu lavagem cerebral dos demais integrantes da Liga da Justiça por recusar-se a praticar lobotomia em supercriminosos para incapacitá-los.

Aliás, salvo melhor juízo, a solução escolhida pelo filme nos ataques de Ozymandias às capitais mundiais, responsabilizando o Dr. Manhattan, foi mais objetiva e funcional.

Disso tudo, o saldo fora imensamente positivo. É certo que cada edição individual de Watchmen abasteceria um longa-metragem diferente. E, se a tecnologia de efeitos visuais estivesse mais barata e avançada, seria mesmo possível uma minissérie para a tv ou o cinema, no estilo de superproduções como Band of Brothers.

Mas, do que estou reclamando? Talvez eu somente queira mais. A adaptação realmente valeu a pena, é um cult travestido de blockbuster, cheio de imagens a serem melhor degustadas nas próximas vistas, assim como a hq, e com um novo filme ainda por vir. Ou você duvida que a versão estendida do diretor (com a subtrama do jornaleiro, dentre outras) não será um filme totalmente novo? (Aposto que a cena na qual Dreiberg e Jupyter visitam Mason irá aparecer, por exemplo.)

Meses atrás, quando o cinema do Nova América e eu aplaudíamos O Cavaleiro das Trevas, e em revistas e sites pessoas agradeciam por ter vivido para ver o antológico filme do morcego, eu me perguntava se um filme de heróis conseguiria transcender o nicho de gênero cinematográfico de super-heróis e chegar tão alto quanto ele.

Watchmen encosta e emparelha. Como filme, academicamente falando, talvez não seja inteiramente perfeito e compreensível para não fãs. Porém, como documento, como experiência, como elo perdido entre cinema e hqs, e mesmo como cult e, por que não?, como diversão, com toda certeza foi o que chegou no Olimpo da cultura de massa.

Você fica tenso, sorri, canta, talvez até chore ao longo de suas três horas que não se sentem passar. No fim, ao sair da sala de projeção, acontece algo não muito comum nos dias de hoje: você ainda se lembra do filme. E se você levar alguém para trocar idéias depois da sessão, tanto melhor: O filme também te faz refletir. Sobre referências ao onze de setembro, Governo Bush ou mesmo sobre os quadrinhos. Sobre o futuro e o passado deles. Watchmen, e todos os outros.

Pode ser escapismo, pode ser papo-cabeça, pode ser relevante ou tudo pode ser apenas ridículo. Não importa: Não sei quanto a você, mas estou louco para ver de novo.

5 de mar. de 2009

 

Moça

Levante a mão do mouse quem nunca pegou ou se desviou daqueles indefectíveis folhetinhos de propaganda distribuídos mano a mano no Centro?

Desconfio que não sou o único a ter uma relação de carinho e nostalgia pelos papeizinhos de "Dinheiro já", "Compro ouro"e "Joga-se búzios", dentre outros menos cotados.

O papel de baixa gramatura e qualidade, as cores fortes e borradas, ou mesmo o impacto das letras grandes e objetivas quando em preto e branco... É o que me fascina nestas pequenas gravuras que cabem na palma da mão.

Um folheto em especial me chamou a atenção. Mas não pela beleza vinda do excesso (quase barroco), e sim pela palavrinha que você vê logo no topo da foto que ilustra esse post:

MOÇA

Longe de mim ser entusiasta do militarismo, mas quem não se lembra que há pouco só havia em anúncios como esses algo do tipo: "Jovem - Você que completará 18 anos..." ?

Embora ainda não estejamos num cenário ideal de igualdade entre os sexos, é importante e gostoso de ver que hoje uma mocinha pode muito bem servir num ambiente ainda predominantemente masculino se lhe der na telha.

Que o dia 8 de março de 2009 seja muito feliz, não só para a MOÇA do folhetinho, mas para todas vocês ;)


12 de jan. de 2009

 

espontaneidade


Em nossa era do 'tudo pra ontem', a espontaneidade tornou-se padrão?


Quando o repórter Vesgo, do 'Pânico na Tv', pede a uma moça que beije um cão na boca, e ela beija, está mostrando que é espontânea?


Espontaneidade hoje, sinônimo de suspensão instantânea ou contínua das amarras morais, é um fácil passaporte para o mundo das celebridades.


Mas, e em se tratando de algo mais clássico, talvez mais... acadêmico? Qual o papel da espontaneidade atualmente?


Ainda há espaço para isso nas artes plásticas, por exemplo? Pollock gotejava suas obras de tinta, e para ele o momento em que isso acontecia fazia toda a diferença; seu estado de espírito estava envolvido então.


E o que dizer de olhar um blog, e só de olhá-lo tão desatualizado dar vontade de criar algo para ele? Isso é espontaneidade? E o que surge disso, o que é?


Difícil virem respostas. Mas só as perguntas virem já é um alento ;)

22 de dez. de 2008

 

De Volta Para o Futuro


Escaneei o Jornal "O Dia" que saiu no Rio hoje. Reparem o porquê...

26 de nov. de 2008

 

A pausa que refresca Ou ressaca continental.




Começo a escrever estas incógnitas nas últimas notas de ‘Tale’, do Tomasz Stanko Quartett, grupo instrumental refinado, cuja música me vem tão melancólica que sinto como se tivesse acabado de regurgitar duas doses de uísque barato contrabandeado de Capone e metido uma bala na cabeça de Bogart.

É por aí.

Desocupei duas pastas estressadas de documentos de um processo judicial em que o sentimento corporativista beneficiou o lado errado. Ou não. Talvez jamais saibamos. Mas é uma memória margeada de feridas e quelóides.

Nisso, volto a tocar o álbum do Tomasz, pois a melancolia é realmente refratária nos dias de hoje: escapa como coelhos. E deve ser preservada, como vinho em tonéis de carvalho, como alaúde dos artistas e de todos que queiram dizer algo. Sim, compartilho em parte o pensamento do Arnaldo Jabor em sua coluna nO Globo de ontem.

A pasta que desocupei serviu como novo lar para receitas médicas. Numa delas, Azitron e Nisulid são receitadas para um eu caído em combate, um pré-jack Bauer funcionando 24 horas seguidas em 2003, tudo relacionado ao inominado processo, já findo, como pareço neurótico em não deixá-los esquecer.

O álbum chama-se Lontano. Assim como a música de doze minutos que aspiro como perfume enquanto digito olhando o cinza no alto de toda esta primavera.

A gripe se vai, o cansaço também, e o blues despede-se como uma velha amiga que acaba de sair da prisão, neste filme noir em preto, branco e impossível.


11 de nov. de 2008

 

A noção urbana do fim do mundo



Em Iguaba Grande, perdido no mapa, e sem imagens atualizadas dos satélites oferecidas pela Google, em meio a um mormaço ordinário em que falta luz em pleno almoço sem qualquer motivo ou explicação, um carro de som passa anunciando como sempre faz.
Todos ouvem as ofertas do dia do supermercado local, o jingle da papelaria e os detalhes da festa de funk que explodirá no final de semana.
Porém, o apocalipse inicia inesperadamente, quando o carro de som veicula o anúncio de uma igreja.
Exageros messiânicos meus à parte, lembro que anos atrás igrejas não anunciavam em busca de fiéis... Não pretendo que um raio caia na minha cabeça, então pararia por aqui, ainda com a pulga atrás da orelha, não fosse o carro de som passar novamente, respaldando meu relato gonzo-jornalístico.
Ouvindo melhor, percebo que anunciava-se um festival de música na igreja, e não A igreja. Como diria o Ancelmo Gois: "Ah, bom!"

5 de nov. de 2008

 

Obama, um brasileiro.




O sufrágio, ou seja o sistema em que os cidadãos de uma nação votam para escolher seu governante, é antigo, não é uma novidade há tempos, mas continua algo fantástico, fascinante.

O Rio de Janeiro viveu, há alguns dias, a expectativa de um quadro político de renovação, em que Fernando Gabeira e sua visão ética, social e ecologicamente responsável representavam a revolução para a quase exata metade dos eleitores da cidade partida.

E há 6 anos, o Brasil inteiro apostava na mudança, na figura de um ex-metalúrgico do ABC, o primeiro Presidente da República saído do seio do povo para o governo do maior país da América do Sul. Luís Inácio Lula da Silva tentou ser eleito desde 89, e não desistiu até ser acolhido pelo voto.

Hoje, um senador improvável, vindo de Chicago, tradicionalmente um lugar conhecido pela corrupção desde Al Capone, mas também um político de ideais e não de gratuitas ideologias, formado em Harvard, com trânsito no Quênia e Havaí, multiétnico até mesmo por natureza, conquistou, como diz a velha expressão, “os corações e mentes” dos americanos, e tornou-se Presidente eleito dos Estados Unidos da América.

Sim, Barack Hussein Obama tornou-se o 44º presidente americano. Somente por sua perseverança, seu espírito aguerrido, sua sensibilidade, inteligência, sua capacidade de construir consensos e obter apoios, e, porque não, o frio na espinha de seguir em frente, mesmo desbravando um território totalmente inexplorado, inédito, no qual, ao menos no início, ninguém parecia acreditar chegar, exceto ele.

Change! foi o slogan de Obama e o grito ecoado pelos milhões de americanos. Sempre é possível mudar, quando percebemos que estamos no caminho errado. Desejo uma ótima sorte a Barack. Que ele seja como o brasileiro daquela frase: O que não desiste nunca!

PS: Não me sai da cabeça a maravilhosa música Man in The Mirror (homem no espelho), de Michel Jackson. Seguem alguns trechos... Um abraço!

“I'm gonna make a change, for once in my life
It's gonna feel real good, gonna make a diference
Gonna make it right...

(Eu vou fazer uma mudança de uma vez em minha vida.
Vai ser bom de verdade, vou fazer uma diferença,
Vou fazer isso direito...)

I'm starting with the man in the mirror
I'm asking him to change his ways
And no message could have been any clearer
If you wanna make the world a better place
(If you wanna make the world a better place)
Take a look at yourself, and then make a change
(Take a look at yourself, and then make a change)

[Eu estou começando com o homem no espelho,
Eu estou pedindo a ele para mudar seus modos.
E nenhuma mensagem poderia ter sido mais clara:
Se você quer fazer do mundo um lugar melhor,
(Se você quer fazer do mundo um lugar melhor)
Olhe para si mesmo, e então faça uma mudança.
(Olhe para si mesmo, e então faça uma mudança)]”


Veja o clipe (já tem gente incluindo “Obama” no comentários desse vídeo!) : http://www.youtube.com/watch?v=iPSkurGQj-M

21 de out. de 2008

 

Luiz Carlos da Vila: "O show tem que continuar"



Embora enorme em tamanho e importância atualmente, a internet ainda é reconhecida e usada para coisas singelas. Como fazer amigos.

E o ato de 'fazer amigos' não se limita a conversar com alguém através de palavras e bytes numa janela de MIRC, ICQ, MSN ou qualquer chat do Zaz, Uol e afins.

Para mim, especificamente, fazer amigos também significa conhecer alguém novo. Talvez não para bater papo, mas com certeza para estabelecer um diálogo. Sempre.

E foi assim que conheci Luiz Carlos da Vila. Na verdade, perde-se no tempo e nas irrelevâncias da rede a forma exata como travei contato com este grande mestre do samba (afinal, pode ter sido ao baixar a lista de arquivos de outro usuário no Imesh, ou ao encontrar seu nome numa matéria na Agenda do Samba e Choro).

Neste momento em que Gabeira e Eduardo Paes debatem sobre quem é mais ou menos suburbano, lembro Nei Lopes, que apelidou o sambista de Luiz Carlos das Vilas (Vila Kennedy, Vila Isabel, Vila de Penha, etc), pelo retrato alegre e lírico das vilas e localidades do subúrbio que cantou tão bem.

Lembro que apaixonei-me imediatamente pela ginga de suas músicas. Havia as que falavam de amor, poética e docemente: 'Além da Razão': "Pôr te amar/eu pintei...Um azul do céu se admirar..."

As étnicas, que versavam a herança africana, como 'Kizomba - A festa da raça', com a qual a escola de samba Vila Isabel venceu seu primeiro campeonato: "Vem a Lua de Luanda/Para iluminar a rua/Nossa sede e nossa sede/De que o apartheid se destrua".

As odes ao Cacique de Ramos (famoso bloco e nascedouro de grandes sambistas), como 'Doce Refúgio': "Sim, é o Cacique de Ramos/Planta onde em todos os ramos/Cantam os passarinhos das manhãs/Lá do samba é alta bandeira/E até as tamarineiras são da poesia guardiãs".

E as que iluminam o subúrbio, como 'Quando o Natal caiu numa sexta': "Quando é sexta-feira ele passa da hora/Fica lá tirando um samba/A prosear com o pessoal/ Ela dá rabanada e pôe tranca na porta/"Galo onde canta janta"/"Durma aí mesmo no quintal"/Mas teve uma sexta que até o padre foi pedir/Todo mundo lá fora aplaudiu no final/D. Ester pegou umas castanhas/Abraçou e beijou e perdoou Juvenal/E disse "Meu amor, Feliz Natal, Juvenal"/"Perdôo porque hoje é Natal".

Continuarei a ouvir e conhecer a música deste amigo, mestre do partido alto. Nosso diálogo não acabará. Como ele cantou: "Todo mundo que hoje diz/Acabou vai se admirar/Nosso amor vai continuar".

24 de set. de 2008

 

Lievr

Paar sre lievr,
´ perciso snohar.

´perciso sbaer
cmoo aocrdar.

Paar sre lievr,
noa percisamos ed mias ndaa.

Percisamos aepnas ad avlorada,
Ad lzu od dai
E ad niote etsrelada.

10 de set. de 2008

 

Fui enganado 2 vezes pelo mesmo vôo


Sabe aqueles momentos regidos pelo caos? Em que você sente estar diante de uma autêntica 'falha na Matrix' ao perceber algo errado acontecendo na ordem mundial?

Exageros à parte, uma dessas singularidades parecia desenvolver-se diante de meus olhos incrédulos, já fustigados pelo sono, no intervalo de Ídolos. E o que isso era: A Record anunciando para quinta-feira o filme "Vôo United 93"!

Pensei sem meus botões, quase salivando: "Terroristas com a faixa vermelha do Rambo na cabeça seqüestrando um avião no 11 de setembro... Eu vi isso na Tela Quente ontem! A Record vai exibir o mesmo filme depois de amanhã!!!"

Alma de jornalista, repórter investigativo ou somente curioso a extremo, rejeitei o sono que se apossava e corri para a mãe dos curiosos (e também tarados e jogadores internacionais de pôquer e etc, mas não vem ao caso agora...), e entreguei minhas dúvidas ao Goooogle...

E não é que descubro que não é falha na Matrix... Aliás, tudo não passa de mais uma guerra clônica, quer dizer, Record X Globo.

Meses atrás, assisti ao filme "Vôo 93", sobre um dos aviões seqüestrados pelos terroristas em 11/09/2001, e confesso que não achei grande coisa. Tenso, emocionante? Ok. Mas não parecia um filme com a pegada do diretor Paul Greengrass...

Quem é ele? Primeiro, o responsável por eu querer ver o filme. Segundo, porque o cara é uma espécie de Costa-Gravas, mais moderno e nervoso em suas películas. Ele simplesmente tornou o segundo filme da saga Bourne melhor que o primeiro, e ainda atualizou os filmes de ação com isso, retirando os efeitos digitais e deixando-os mais crus, e mais densos.

Assim, esperava mais de seu filme "Vôo 93". Anteontem, pensei em dar nova chance ao longa, agora dublado na Globo. Novamente achei médio. Mas, tudo bem... vai ver o cara apenas foi contratado para assumir o filme, e fez assim assim, apesar de seu costumeiro punch autoral.

Poréééém, ontem alguns blogs deram a dica: Existem 2 filmes sobre o vôo 93 da United.

Omessa! Foi aí que descobri, no site da Record: Ela passará o filme "Vôo United 93", de... Paul Greengrass!

Sim, eu fui enganado. 2 vezes. Talvez devesse ter lido melhor as letras miúdas, mas assim como um overbanking (ou overbooking, nunca sei ao certo...), venderam peixe demais pra poucos garfos... O filme da Globo é "Vôo 93", o mesmo que vi antes... Criado para a tv! E não é do Greengrass, que a Record exibirá. Se vou assistir? Bem, um é pouco, dois é bom, e três... é uma incógnita...

9 de set. de 2008

 

Tygresa*


Ó lua enamorada!
Em que brumas da noite aguarda?

De que névoas,
Com que asas,
Tão luminosa clareza,
Tão sinuosa beleza,
Surge sob a madrugada?

Singrando as estrelas
Que passam,
E dobram, cadentes,
Frente à tua suntuosidade

Ó minha lua encantada
Em que sóis raiava?
Em que céus,
Em que praias,
Brilhaste o amor que eu sonhava?

----

Minha amada enluarada Mel, que venham muitos outros 22, pois sou louco por você!
Te P.


*Inspirado no clássico poema Tyger, Tyger, de Willian Blake.



29 de ago. de 2008

 

rima rarefeita

E o que é, o que é? Coceira no nariz, frieira no pé?

São frisos fantasmas no meio da madrugada.
O frio na calçada, a carteira de camurça preta desvencilhando-se dos grãos de areia que teimam em se esgueirar para fora dos rejuntes dos paralelepípedos.

É a volta para casa. A renúncia do cansaço nas pisadas magras e constantes sob as luzes desafiadoramente fortes da entrada da cidade.

São curvas que mentem e retas que nublam a visão de tão longas e persistentes. É a desistência na carona, a covardia do transporte mecânico, a pechincha de chegar logo, cedo e tarde ao mesmo tempo.

É a chave estranha flutuando sobre a fechadura, o anunciar de um sol raiando em seguida. São debates na tevê e massa assando no forno.

Não é nem porquê, é saber, é sentir, escrever, ver e ser.

Não sou eu, nem você, nem rimas. É apenas começar. Novamente a paz.

11 de ago. de 2008

 

Eu viro o Hulk


Eu disse que VIRO O HULK. Não que VI O HULK. Até gostaria de ter visto filme, aliás, para verificar se a transformação física (nos dois sentidos) do Dr. Banner ainda ignora as leis físicas que regem a elasticidade das calças do Dr. Banner.

Se, nos anos 70, época do seriado de tv com o Lou Ferrigno, que inspirou esse novo filme, a Lucra, digo, a Lycra, ainda não tinha sido inventada, a futura inspiração veio das calças roxas do Dr. Bruce { adaptado para a tv como David - pois Bruce tinha conotação homossexual (?) } Banner, nas quais cabiam perfeitamente as pernas do gigante esmeralda!

Bom, finalmente entrando no assunto, eu VIRO O HULK por causa da Google. Ou por causa da Microsoft, ou de ambas as megaempresas megalomaníacas.

Afinal, faço questão de dizer que poucas coisas me tiram do sério (or not?) , e talvez a principal delas seja a enorme burrice das máquinas. Burrice não, que é maldade com animal tão sofrido. Vamos chamar de inguinorânça.

E, na verdade, não são as máquinas (leiam-se pcs) inguinoranties, mas tão somente e completamente seus programadores.

E não são os programadores todos inguinorantes. Do contrário não seriam loiramente ricos e nem extravagantes o suficiente para inventar seu próprio Apocalypse financeiro* ao imaginarem-se yuppies tardios em Wall Street.

Inguinorantes, meus brasileiros e brasileiras, são apenas os programadores do Gmail (e Windows, que entra na bronca pelo conjunto da obra), que conseguiram me tirar do sério a ponto de eu espanar o pó desse blog urbano para asfaltar uma reclamação que ainda não encontrou eco no mundo internético. Que reclamação é essa? Próximo parágrafo:

Eu, que tenho sido um cliente (also known as beta-tester) fiel do Gmail há anos, passei a ter algo do que me queixar. É que há semanas ele fecha a porta na minha cara, como sua amiga que passa a interpretar seu "Oi" como um "Posso te comer agora?".

O motivo da minha transformação em gigante verde, espumante e raivoso é a bizarrice do gatilho de toda essa história: Quando eu pressiono a tecla "del" (hábito meu na escritura de mensagens no Gmail) por um segundo ou mais, o Gmail fecha.

E, como a minha esplendorosa Mel disse mais cedo, "O mundo é esquizofrênico", ou seja, às vezes não é só o Gmail que fecha. Tem horas que todas as janelas do infeliz do Mecha Microsoft Internet Explorer 7.xxx fecha junto. E danou-se!

Pesquisei (no próprio causador do problema, o grrrrogle), mas não encontrei nenhuma alma companheira para esclarecer a falha ou... fundar um VGA. Não o monitor, e sim o 'Vítimas do Gmail Anônimos'.

Melhor ver o filme do gigante esmeralda pra acalmar um pouco. Não estou vestindo nada de lycra.


* A bolha das Pontocom, lembram-se?

3 de jun. de 2008

 

Elucubrações sobre os presidentes negros



Hoje, à beira das últimas prévias do Partido Democrata americano (não, eles não se chamam DEM...), tanto as teleobjetivas grandiloquentes (sem o trema, que caiu com a reforma. Reforma da Língua Portuguesa, não a protestante) das máquinas fotográficas analógicas quanto os singelos flashes das digitais e celulares estarão apontados para Hillary, a Sra. Clinton, a mulher mais próxima da presidência dos EUA de todos os tempos.

Ela e o Sr. Barack Obama, em sua batalha campal pela indicação de seu partido à candidatura à presidência da república, ilustram a mobilização e a perseverança das antigas minorias (mulheres e negros) na persecução de uma inserção indelével na sociedade democrática.

Obama deve acabar levando a indicação à candidatura, e espero, tornar-se-á o primeiro presidente negro do país.

Quer dizer, a rigor ele deverá ser o primeiro, mas o presidente americano entre as eras bush (em minúscula mesmo), Bill Clinton, o saxofonista preferido da Hillary, recebeu essa mesma alcunha da escritora Toni Morrison, que agora apóia Obama.

Recentemente, li num artigo do jornalista mezzo newyorker Lucas Mendes, que em 2001, Bill Clinton abriu seu escritório no Harlem, capital da cultura afro-americana nos EUA.

O multiculturalismo de Obama tem sido determinante para sua imagem, mas ainda não sei muito de suas escolhas culturais cotidianas, quero dizer, se ele também concorda com a teoria da tentativa de George Lucas de acabar com a série de filmes do Indiana Jones ao impor uma trama com aliens no último filme, ou algo assim. Ah, mas estou dando piruetas no assunto.

30 de mai. de 2008

 

§@n)m@n

Sonho com o dia em que todas as revoluções encontrarão novas ideologias, e num bar brindarão em tulipas de vidro.

Sonho com o sonho dos irmãos e camaradas, com o desejo de encontrar os adoradores e adoradas, com a febre, com o suor da batalha.


Sonho com a vitória, sonho com o trombone anunciando, e com a passada. Com os mares se abrindo para o homem, para contos de fadas.


Sonho, e dos sonhos nasci. Contigo aprendi... A cifrar, a sentir.



9 de abr. de 2008

 

A memória é o presente do presente.

Momentos são eternamente fugazes. Eles contêm essências diversas, capazes de gravarem-se em nossa memória sob fragrâncias identificáveis.

O que você fez hoje? ...Ontem? ...Ano passado? Hoje trabalhei, executei, atendi, elaborei, enviei, recebi, refleti, escrevi sobre quadrinhos em minutos, deixei miojo cair sobre a pia, ouvi uma aluna desabafar, constatei, com pesar, ser impossível ler todo o jornal, e sentei-me à frente do computador, para dedilhar sobre os momentos. Aqueles eternamente fugazes. E aqueles plenos.

Não encontro um só dia contigo que tenha sido fútil, desnecessário, supérfluo. Somente o contrário, somente vejo dias perfeitos, em repouso; em movimento; em contemplação: Preciso de cada dia contigo vezes dois. Preciso, numa matemática perfeita, você e eu, numa progressão geométrica.

Hoje é nosso dia novamente, nosso momento 1, vezes 17. Dia primeiro de um calendário que estamos inventando, dia um dos sonhos nossos em construção. Operários-padrão que somos, elaboramos, em gestão participativa, nossos planos, daí executamos, e colhemos nossos louros e resultados. Em breve (ainda mais) comemoraremos. Parabéns contemporâneos ;)

10 de mar. de 2008

 

Lutando o bom combate.

Olhe pro lado. Pode ser que não saiba, mas bem próximo há um homem que passa desapercebido por todos a maior parte do tempo. Em toda parte há alguém assim.
Um dia, esse homem abre seu casaco dentro de um café israelense e explode a dinamite amarrada na altura de seus rins.

Não. Esse homem deve ser o extremo oposto. Deve ser como ‘Harmonica’, o personagem de Charles Bronson em “Era uma vez no Oeste”, e transitar pelos acontecimentos, pelas transformações e rebuliços causados pela expansão do Oeste Bravio sem desviar-se de sua trajetória, sem sair de seus trilhos, apenas reagindo, sem deixar de tocar seu instrumento de sopro.

E esse homem sinceramente pode ser um humanista, disfarçado de escravo. Ter um passado tão desconhecido quanto o futuro que se descortina pelas suas ações. Como “Spartacus”, o personagem-título da ode ao livre arbítrio, à liberdade humana, executada pelo mestre Stanley Kubrick.

Recentemente vi ‘Spartacus’, e simpatizei com suas obsessões, virtudes e fraquezas, e desde o primeiro momento desejei dedicar-lhes algumas linhas. Sempre no aguardo do fio condutor, do motor que exercitasse e resumisse tal simbologia.

Esse motor, eu diria, motor de explosão, se fez hoje, ao som das rajadas de balas de “John Rambo”, conhecido aqui como “Rambo IV”. Na amargura do ressurrecto personagem de Sylvester Stallone, tanto inocência preservada quanto arrasada pelas dores que espírito algum foi feito para suportar.

No caso de Spartacus, a escravidão. No de Rambo, a guerra. Ao longo da vida do primeiro, a guerra torna-se inevitável. Já, Rambo, torna-se escravo da própria agonia.

O que iguala estes homens, duros por natureza, são as forças que lhes movem, e as forças que eles pensam lhes mover.

Spartacus é um pacifista, um humanista, sensível o suficiente para saber que sua liderança em um levante de escravos possivelmente levaria todos à destruição frente ao império romano. Mas ainda assim ele o faz, em nome do direito à liberdade, sem imaginar que também o faz por amor. Por amor à escrava que salvou em primeiro lugar, por amor ao filho que logo nasceria.

Rambo, ou melhor, John, belicista por longos anos, e hoje pacifista, não possui muitos traços de humanismo, o que nunca o impediu de salvar sua pátria muitas vezes. E John é inteligente, e em seu quarto longa vive um período longe de tudo que possa identificá-lo, longe de tudo que possa fazer com que ele continue sendo quem é. Distante há décadas de família, conhecidos, histórias e guerras.

Sim, o belicista queria distância das guerras, mas, assim como Spartacus, uma mulher cruzou seu caminho. No caso de Rambo, os sentimentos confundiam-se: Carinho, proteção, amor maternal, fraternal, sexual (?), não há como ter certeza. O que importa é que isso também lhe move, embora John pense estar fazendo tudo isso apenas pelo fato da guerra estar em seu sangue, e não ter como escapar dela.

Dadas as diferenças de proposta de cada filme, os destinos dos heróis (ou anti-heróis) ao final são igualmente vitoriosos. Mais realista, mais marcante e incendiário em suas idéias pacifistas, Spartacus termina com seu protagonista crucificado, não sem antes perceber que sua missão, mesmo que em parte, fora cumprida.

Por seu turno, Rambo tem mais sorte, e, incitado pela moça que salvara, atende aos apelos de seu âmago, e retorna ao lar, retorna ao Arizona, à fazenda de seu pai.

Homens de fibra, ambos perderam muito, ganharam um pouco, sentiram o doce vento de um sentimento de mudança vindo de uma mulher, e sobreviveram em suas histórias, em seus épicos. Se estivesse vivo, Charles Bronson poderia retomar seu “Harmonica”, e cantar-nos a canção deles a noite inteira, escura e implacável.

14 de fev. de 2008

 

Invisível

Há 111 anos, o Sr. Herbert George Wells jogou sobre nossos ombros as conseqüências da realização de um dos mais recorrentes e inconscientes sonhos da humanidade. A invisibilidade.

Com seu romance, 'O Homem Invisível', H.G. Wells nos contempla com a realização desse sonho por meio da ciência, e a completa falta de limites éticos e morais resultantes do 'agir' longe dos olhos de toda a sociedade.

Com a internet, nós finalmente conseguimos ficar invisíveis, e da mesma maneira, a coletividade observa a sangria de regras de conduta anteriormente consagradas.

E não precisamos ir longe para dar um exemplo. As salas de chat há pouco tempo abarrotavam-se de identidades disfarçadas. Inocentemente ou com fins inescrupulosos, tudo se dava sem a visão de um rosto, de uma pessoa. É fácil enganar na grande rede, sabem os pedófilos, os hackers e mesmo os players casuais.

São esses mesmos players casuais que navegam em seus botes e canoas ilhados em suas casas e lans que vão de um ponto a outro no grande rio da world wide web. Assim como eu e você, os players estão nessa por esporte, e possuem relativa consciência de sua invisibilidade.

Entram e saem de sites, sejam eles de inutilidades, de notícias, pornográficos, infantis, pulam de um blog a outro, vão aos flogs, passeiam no orkut com a opção de rastreio desligada e lêem tudo, comentam, criticam, postam e imprimem. Recortam, colam, copiam, tesouram, repassam, spanam, devoram e desligam.

A máscara do anonimato é reconfortante, e sempre há os momentos pílula azul e vermelha de Matrix, no qual cada um de nós usa o próprio nome (alguns juram que o fazem todo o tempo, claro) para fazer tudo o que foi dito acima. Ou mesmo apelidos conhecidos, ou deixam se rastrear com facilidade.

Para mim, a maioria dos que freqüentam esse blog é completamente invisível. Vejo o número de visitas, vejo as páginas que lêem, mas não sei quem são, não sei o que pensam, nem porquê vieram ou deixaram de vir. Invisíveis. Mesmo eu tenho estado bastante invisível nesse blog. Alguns andaram perguntando por mim. Estou por perto. Apenas usando aquela capa mágica do Harry Potter.

22 de dez. de 2007

 

Muitos passarão. Vocês passarinho.


Lembro dela dizendo o quão melhor seria se pudéssemos partir como passarinhos.

Ou como balão, que sobe ao céu sem estrondo, sem ardor, mas com vida, deixando os corações mais coloridos.

Dois amigos queridos se foram. Em tempos diferentes, mas é como se tivessem ido ao mesmo tempo, pois o vazio que ficou, persiste, independentemente de ponteiros girarem.

A força e leveza de ambos, o amor pela vida, a graça que viam nela, reconhecível pelas palavras e canções que emitiam, em contraponto às prisões físicas, que, de uma forma ou de outra, as limitavam, conectam esses dois.

É tão difícil evocar uma energia libertária que diga algo útil, algo prático e bonito que ambos mereçam como homenagem justa e verdadeira. Mas tento dizer aqui a falta que fazem, a saudade que ficará, e o prazer de tê-los conhecido, de ter com eles convivido.

Espero que conheçam-se no Céu. Fiquem com Deus.

27 de nov. de 2007

 

Razão e Sensibilidade

Nestes dias em que cordiais agradecimentos por serviços prestados com dedicação e lealdade são substituídos por cinismo e rancor agravados pelo veneno etílico, eu me debruço sobre as grades da sacada, e pela primeira vez descerra-me sobre o rosto não um tapa, mas o primeiro ar de dezembro.

Digo isso mais esperançoso que romântico, pois é meu sincero desejo que tudo vá bem nas entradas de fim de ano, de forma que se mantenha estável até as saídas, e que os 365 se encerrem dignamente, apesar de marcado como pleno de calmarias antecedentes de tempestades abruptas em todos os campos de atividade.

O afastamento compulsório das palavras doces e afáveis me coroaram com uma pena quase digna de um atormentado e formal lorde inglês, assim posto simplesmente por faltar-me a qualidade literária e um motivo mais nobre para a ansiedades e tremores, como bem era aquele momento histórico, aquele clima e o odor brotado das ruas.

Mas qual um moderno e cretino escritor prolixo, não é a ininteligível escrita que corrompe a vontade de escrever, mas tão somente a facilidade de transmissão de idéias em nossa fugaz realidade conectada que me impele a repartir convosco a noção do que representa a primeira brisa com o sabor do inverno do ano.

Você entende quando peço que ilustre sua mente com a mão quente e macia de sua mãe descendo pelo seu rosto? É essa a primeira sensação que lhe convido a experimentar. O primeiro ar de dezembro é apenas o primeiro gole de cerca de um mês sugando no seio de sua mãe novamente, só para ficarmos no exemplo materno.

Poderia sussurrar que o primeiro ar é como a taça de vinho inaugural, quando uma adega inteira está abrindo as portas ao seu consumo. Você aprecia o vinho, aliás, mesmo que não beba, ele bebe você, e sem o menor esforço o embriaga tão fortemente que sente-se esvaziando barris que sempre estarão cheios. Sua felicidade é aparente, e, vóila, você está embebido de espírito de Natal, niilismo reverso, esperança galopante, chame do que quiser, a sensação é sua. Sua, até que o invejoso ano recém-nascido (como, aliás, toda criança) a dissipe.

Portanto, amigo, aproveite. Muçulmano, mórmom, cristão, consumista, seja lá quem for, não importa: Todos podem respirar. Feche os olhos e respire o primeiro ar de dezembro. Boas festas.

9 de out. de 2007

 

Nasceu! E está no ar! (não, não é um pássaro...)


Foi inaugurado no último domingo, o site G-UNIQ (Gente Única), o endereço virtual onde 7 colunistas (incluindo eu) escreverão sobre cultura e sociedade.


Além das colunas semanais, vira e mexe surgirão na home do site matérias especiais e outras invenções que estão sendo adicionadas aos poucos.


Convido todos os amigos a visitarem, lerem as colunas e a participarem enviando emails, dando sugestões, elogiando e criticando. Nossa meta é levar a vocês conteúdo de qualidade e opiniões afiadas, gerando debate, reflexão e diversão.


Esperamos você lá! http://www.g-uniq.com/index.html

Aquele abraço,

Rodrigo Sava

http://www.g-uniq.com/rodrigosava.html

21 de ago. de 2007

 

HAROLDA, GO HOME!


Guarda-chuvas. (Um sonho exclusivo da Harolda pra você!)


Guarda-chuvas! Muitos guarda-chuvas! Num armário cheio de guloseimas também. É nisso que estou metida: Tráfico internacional de guarda-chuvas.

Sou uma boba. Não sou uma criminosa, afinal. Somente tarada por doces. Acho que me encurralaram. Dormi no ponto. Me olharam estranho quando entrei nesse hotel de capa de chuva e sombrinhas: uma aberta e duas fechadas no braço. Era demais. Não estava chovendo. Me denunciei.

Estou relaxando. Foi isso. Muita vontade de comer chocolate, acho. Agora estão lá embaixo, e me cercando atrás da porta. Devo saltar? Devo lançar-me à morte, como ato último?

Eu me lanço, pois. Imaginei que veria lá embaixo os policiais, o exército, as pessoas que me querem presa, as pessoas que se molham na chuva por minha culpa. Mas não, nada disso. Nenhum deles, apenas meninos, rapazes, bonitos, lindos, ricos, charmosos, ao lado de seus carros 0km, e todos gritando meu nome: Harolda! Harolda! HAROLDA!

Estou caindo nos braços deles. Estou perdida, eu sei disso. Vou me perder para sempre no colo desses homens. Eu sou a mulher mais desejada do mundo. A ladra de guarda-chuvas.



-texto por Rodrigo Sava e Suel Fruvasc, em janeiro de 2005-

9 de ago. de 2007

 

987

A matemática permeia todas as coisas.
Acusam a perfeita ciência de fria, mas ela é brilhante.
Tomemos por base uma seqüência simples: 987.

Quem não sabe nossa matemática não perceberá a química intrínseca aos números.
Não verá a alquimia que os envolve,
Na multiplicação dos elementos do dia-a-dia, produzindo ouro.

A matemática é quente. Você me deixa fervendo.
Posso contar a luz das estrelas de sua constelação.
Você ilumina, aquece,
E como a matemática, brilha.

987.
Um dia você me aparece, e em meu coração se estabelece.
E os números tornam-se infinitos.


Teamo, Mel ^^

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