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29 de ago. de 2008

 

rima rarefeita

E o que é, o que é? Coceira no nariz, frieira no pé?

São frisos fantasmas no meio da madrugada.
O frio na calçada, a carteira de camurça preta desvencilhando-se dos grãos de areia que teimam em se esgueirar para fora dos rejuntes dos paralelepípedos.

É a volta para casa. A renúncia do cansaço nas pisadas magras e constantes sob as luzes desafiadoramente fortes da entrada da cidade.

São curvas que mentem e retas que nublam a visão de tão longas e persistentes. É a desistência na carona, a covardia do transporte mecânico, a pechincha de chegar logo, cedo e tarde ao mesmo tempo.

É a chave estranha flutuando sobre a fechadura, o anunciar de um sol raiando em seguida. São debates na tevê e massa assando no forno.

Não é nem porquê, é saber, é sentir, escrever, ver e ser.

Não sou eu, nem você, nem rimas. É apenas começar. Novamente a paz.

Comments:
Você escreve bem o poema de uma noitada de ressaca. Pelo menos foi o que eu senti. Muita arte, opinião e julgamento desses momentos tão turvos, apesar de ser cedo, muito tarde.
Show de bola !
 
Nada como um novo dia. :)
Nossa adorei esse texto! Senti os grãos de areia aqui em minhas mãos.
:)
Cada frase uma nova sensação... muito bom.
;****
 
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